Descubra como a União Europeia promove e protege a diversidade linguística por meio de sua política linguística.
A União Europeia tem uma política de promoção e proteção da diversidade linguística. Embora não possua uma política específica sobre línguas não oficiais, a UE se concentra em incentivar o multilinguismo entre as línguas oficiais da UE. Isso é evidente em programas e fundos como o Fundo Social Europeu e o Programa de Aprendizagem Permanente, os quais apoiam o ensino e o uso de línguas regionais e minoritárias.
O objetivo principal da UE é garantir que as línguas oficiais dos Estados-Membros sejam promovidas e utilizadas de forma eficaz no âmbito público e privado, para assim fomentar a comunicação e compreensão entre os cidadãos europeus.
O estudo CULT, realizado para o Parlamento Europeu, destaca, por exemplo, que a comunicação digital multilíngue não é abordada nos regulamentos nem na jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) até à data. Isso levou a que grande parte do conteúdo online não seja traduzido, resultando em alguns documentos importantes não estarem disponíveis em todos os idiomas oficiais da UE.
O estudo propõe uma tipologia de necessidades multilíngues para determinar o que deve ser priorizado para tradução, incluindo documentos básicos, primários e secundários. Destaca-se que há variações significativas na disponibilidade de conteúdo multilíngue entre os sites das instituições da UE, com alguns obtendo melhores resultados do que outros.
Além disso, observa-se que os regimes linguísticos das instituições da UE não são suficientemente transparentes ou formalizados, e que a UE não monitoriza sistematicamente esses regimes. Essa falta de transparência dificulta a responsabilização e a aplicação de um approach mais formalizado na comunicação multilíngue.
O estudo também destaca a importância do multilinguismo na política de comunicação da UE para melhorar o acesso e a proximidade aos cidadãos, especialmente considerando a distribuição de competências linguísticas na população da UE.
Com base nestas conclusões, foram propostas várias recomendações, que incluem o desenvolvimento de um quadro e normas comuns para a comunicação multilíngue, a institucionalização da supervisão do cumprimento legal e da transparência administrativa, a criação de um(a) Responsável pela Multilinguagem, a promoção do uso das línguas oficiais na comunicação digital e o aumento das alocações orçamentárias para o multilinguismo.
A União Europeia reconhece a importância dos idiomas regionais e minoritários como parte da diversidade cultural e linguística da Europa. Para promover seu ensino e uso, a UE tem vários programas e fundos, como o Fundo Social Europeu e o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida. A Pangeanic, como empresa especializada em tecnologias de linguagem, participou de vários projetos direcionados à preservação da diversidade linguística na UE.
Esses programas e fundos fornecem financiamento para projetos relacionados ao ensino de idiomas regionais e minoritários, bem como para a promoção de seu uso em diferentes áreas, como educação, cultura e administração pública. Dessa forma, a UE busca preservar e fortalecer a diversidade linguística da Europa.
A Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias é um instrumento jurídico de grande importância que foi ratificado por muitos Estados-Membros da UE. Essa carta tem como objetivo proteger e promover o uso de línguas regionais ou minoritárias na vida pública e privada.
Pela ratificação dessa carta, os Estados-Membros se comprometem a garantir o respeito, a proteção e a promoção das línguas regionais ou minoritárias presentes em seus territórios. Isso inclui o reconhecimento oficial dessas línguas, assim como o apoio ao seu ensino e uso em diferentes âmbitos.
Embora a União Europeia tenha uma política de promoção e proteção da diversidade linguística, não possui um mandato específico para proteger ou promover línguas não oficiais. A política linguística da UE se concentra principalmente no incentivo ao multilinguismo entre as línguas oficiais da UE.
No entanto, apesar dessas limitações, a UE reconhece a importância das línguas regionais e minoritárias e oferece suporte por meio de programas e fundos para seu ensino e uso. Além disso, a ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias por muitos Estados-Membros demonstra o compromisso da UE com a proteção e promoção dessas línguas.